1 août 2008

Vernant refletido no espelho-quebrado Indivínisiacos


Reflexões sobre "O indivíduo na cidade"
Jean Pierre Vernant
Sonho: Estevão Mabilia Meneguzzo

1 - O Indivíduo fora do mundo

Indivíduo teria como modelo o renunciante indiano que, para se constituir a si próprio na sua independencia e singularidade, deve excluir-se de todas as ligações sociais, separar-se da vida tal como ela é vivida pelos homens.

Na India, o desenvolvimento espiritual do indivíduo tem como condição:

* A renúncia ao mundo.
* A ruptura com todas as instituições que formam a trama da existência colectiva.
* O abandono da comunidade a qual pertence.
* O exílio num lugar de solidão definido pela sua distância relativamente aos outros, pela sua conduta, pelos seus valores.

obs: O aparecimento do indivíduo não ocorre no âmbito da vida social: implica que ele a tenha abandonado.

2 - O Indivíduo no mundo
O homem moderno, afirma e vive a sua individualidade, encarada como um valor, no interior do mundo, o indivíduo mundano: cada um de nós.

Como surgiu está individualidade?

Segundo Louis Dumont ela parte e depende do primeiro, quando numa sociedade surgem os primeiros germes de indivídualismo se opondo com a sociedade e sob a forma de indivíduo fora do mundo, o sábio na época helenística enquanto homem ideal, define-se em oposição à vida mundana: ter acesso à sabedoria é renunciar ao mundo, separar-se dele.

* O Cristianismo dos primeiros séculos não representa uma ruptura com o pensamento pagão, o indivíduo cristão existe ne e pela sua relação com Deus, ou seja, pela sua fundamentação fora do mundo, desvalorização da existência mundana e seus valores.

Dumont nos seus Ensaios sobre o indivídualismo, assinala as fases desse caminho.
"Conceber-se-á como podendo adequar-se inteiramente ao valor supremo, o indivíduo fora do mundo tornar-se-á o moderno indivíduo no mundo. Eis a prova histórica do extraordinário poder da disposição inicial"

Dumont cria está concepção "das condições que permitem ao indivíduo emergir libertando-se pela prática da renúncia, dos constrangimentos sociais" foi elaborada apartir de estudos ligado a antiga Índia e aplicada a sociedades que ele chama de Hierárquicas e Holistas. Aquelas que comportam um sistema de castas e onde cada indivíduo só tem realidade função do to e em relação a ele, onde o ser-humano é inteiramente definido pelo lugar que ocupa no conjunto social, pela posição que tem numa escala de estatutos separados e interdependentes. Apartir dai Dumont aplica sua concepção a todas as sociedades, incluíndo as ocidentais transformando sua tese numa teoria geral do aparecimento do indivíduo e do desenvolvimento do individualismo.

Jean Pierre Vernant parte disto para análisar a Grécia arcaica e clássica, a Grécia das cidades, entre os séculos VIII e IV antas da nossa era.

Duas observações:
1- Religião e à sociedade grega antiga.
2- Noção do indivíduo

1-
* O politéismo grego é uma religião do tipo intramundano.
* Não só os deuses estão presentes e agem no mundo.
* Não há lugar, neste sistema, para a personagem do renunciante.
* Os que mais se aproximaram do renunciante foram os Órficos mas que nunca conseguiram constítuir , no seio da religião, uma seita propriamente dita, permanecendo ao longo da antiguidade como marginais, nem sequer propriamente um grupo religioso bem definido
* A sociedade grega não é, por outro lado, de tipo hierárquico, mas igualitário.
* Qualquer indivíduo, se for um cidadão, está em princípio apto a de desempenhar todas as funções sociais, com as suas implicações religiosas.
* Não há casta sacerdotal nem guerreira.
* O cidadão da polis clássica tem menos afinidades com o homo hierarquicus de Dumont do que com o homo aequalis. Dai a comparação do indiano para o grego.

No caso do renunciante indiano, o indivíduo para existir, deve cortar todos os laços de soliedariedade que antes os constituíam ligando-o aos outros, à sociedade, ao mundo e a ele próprio, aos seus próprios actos através do desejo.
No caso do grego, o indivíduo permanece integrado nos diversos grupos domésticos, civis, políticos em nome dos quais sacrifica.

O que acontece então que tais progressos não o fazem surgir como renunciante mas sim como sujeito de direito, agente político, pessoa privada no seio de sua família ou no círculo dos seus amigos.

2- Indivíduo e individualismo
Michel Foucault e três coisas distintas que podem estar associadas mas tais ligações não são constantes nem necessárias:
a) O lugar que se reconhece como pertecendo ao indivíduo singular e o seu grau de independência relativamente ao grupo de que é membro e às instituições que o governam;
b) A valorização da vida privada relativamente às actividades públicas;
c) A intensidade das relações de si para consigo mesmo, de todas as práticas através das quais o indivíduo se considera a si próprio, nas diversas dimensões que o compõem, como objeto de sua preocupação e dos seus cuidados, a maneira como ele orienta e dirige para si mesmo o seu esforço de observação, de reflexão e de análise: preocupação consigo e também trabalgo de si sobre si, formação de si através de todas as técnicas mentais de atenção a si mesmo, de exame de consciência, de colocação à prova, de ajuste, elucidação e expressão de si.

Jean Pierre Vernant numa perspectiva antropológica histórica, classificação diferente, algo arbitrário mas que permite esclarecer os problemas...
a) O Indivíduo: O seu lugar, o papel que desempenha no seu ou nos seus grupos, o valor que lhe é reconhecido; a margem de manobra de que dispõe, a sua relativa autonomia face ao enquadramento institucional em que vive;
b) O Sujeito: quando o indivíduo, exprimindo-se na primeira pessoa, falando em seu próprio nome, enuncia certos traços que fazem dele um ser singular.
c) O eu, a pessoa; o conjunto das práticas e das atitudes psicológicas que dao ao sujeito uma dimensão de interioridade e de unicidade, que o constituem interiormente como um ser real, original, único, um indivíduo singular cuja natureza autêntica reside inteiramente no segredo da sua vida interior, no coração de uma intimidade à qual ninguém, com execção dele próprio, pode ter acesso, pois ela define-se como consciência de si.

Jean Pierre Vernant liga os três aos genêros literários e diz que para o Indivíduo é escrito uma biográfia, para o Sujeito ele mesmo se auto-biográfa e para o "eu" as confissões, diários intímos e deixa claro que na Grécia Antiga não existiam helenisticas confissões e cadernos intímos, isto era algo impensável como para algumas tribos yanomamis era impensavel a palavra remorso e arrependimento e que na caracterozação do indivíduo na auto-biográfia grega ignora a intimidade do eu.

Para localizar o indíviduo:
1 O indivíduo valorizado como tal, na sua singularidade.
2 O indivíduo e a sua esfera pessoal: o domínio do privado;
3 A emergência do indivíduo nas instituíções sociais que, pelo seu próprio funcionamento, acabaram por lhe destinar, na época clássica, um lugar central.

1
Assim ele examina dois exemplos de indivíduos "fora do comum" na época arcaica.
* O herói guerreiro: Aquiles
1 O que caracteriza um herói são a singulariedade do seu destino
2 O prestígio de suas façanhas
3 A conquista de uma glória que é realmente sua
4 A sobrevivência através dos séculos da sua fama na memória coletiva.
5 Alem dos estatutos e os títulos no corpo social

OBS: Os homens vulgares desaparecem quando morrem no esquecimento tenebroso, Hades, só os heróicos ao aceitar enfrentar a morte na flor da juventude veêm seu bome perpetuar de geração em geração e para isso precisa se isolar, de opor-se e cortar os laçõs com seus iguais e chefes, este é o caso de Aquíles, mas isto não o transforma em um renunciante, pelo contrário assumindo está posição ele faz com que os valores ultrapassem a si próprios como guerreiro... Instaura uma forma de honra e de excelência que ultrapassa a vulgaridade, confere o brilho aos valores vitais, às virtudes sociais próprias deste mundo, mas sublimandas, transmutadas na expêriencia da morte, dá brilhom confere uma solidez que aqueles não possuem no curso normal da vida e que os fazem escapar à destruição que ameaça tudo que existe sobre a terra. Mas essa solidez, esse brilho é o próprio corpo social que os reconhece, que se apropria deles e lhe garante, nas instituíções honra e permanência.

* O mago inspirado, o homem divíno.
Indivíduos à parte que se diferenciam pelo genero de vida que levam, pelos poderes que desfrutam, exercícios que Vernant se atreve a designar por Espirituais:
* Domínio da respiração
* Concentração do sopro animado para o purificar, para o separar do corpo, libertá-lo, mandá-lo em viagem para o além, "rememoração das vidas anteriores"
São os homens divínos que enquanto vivos, se elevam acima da condição de mortal até o estatuto de seres imperecíveis.

OBS: Não são renunciantes mesmo que possa existir um pensamento onde seus adeptos terão como objetivo fugir deste mundo mas pelo contrário devido a está distância que os mantêm isolados dos grupos estes personagens vão desempenhar em periodos de crises no sec VII e VI um papel comparado ao de nomotetas que purificavam as comunidades das suas manchas, apaziguam as revoltas, arbitram os conflitos, promulgam regulamentos insitucionais e religiosos.

2
A esfera do privado
* O Privado é o que não tem que ser partilhado e não diz respeito a ninguêm.
* A esfera do privado é aquela que diz respeitoa cada um para si mesmo, ligará à vida doméstica a educação das crianças e os banquetes para os quais se convidam os hóspedes que o próprio escolhe.
* Acontece o Sumposion, isto é, o costume: apartir do sec VI, as pessoas se reunirem em casa depois das reuniões para beberem juntas, conversarem, divertirem-se, folgarem entre homens com amigos e cortesãs, cantar a elegia sob pretecção de Dionisio, de Afrodite e de Eros.
Como escreve Florence Dupont:
"O banquete é o lugar e o meio onde o homem-cidadão privado tem acesso ao prazer e ao gozo, paralelamente à assembleia que será o lugar e o meio onde o cidadão-homem público terá acesso à liberdade e ao poder"

Vernant fala agora sobre os monumentos funerários que antes eles eram enterrados separados, individualmente e depois começaram a enterrar junto das famílias , falando assim da esfera afectiva que unem os indivíduos aos que lhe estão proximos testemunhando a importância crescente que, frente ao domínio publico existiu.

3
Domínio Publico
É observado dois exemplos.
1 As instituíções religiosas
Fala-se dos Elêusis, onde sua celebração realiza-se sob a proteção oficial da cidade, mas ela está aberta a todos e depende da ocasião tomada por cada um, nao envolvendo seu estatuo social, sua função no grupo e o que ele espera disso tudo é uma sorte melhor no alêm, terminada a cerimônia nada muda nos seus costumes, nas suas maneiras, ele continua sendo o que era, não o desliga de nada o colocando em um indivíduo fora do mundo.
Existe também o exemplo daqueles que criam grupos religiosos onde reunem-se envolta de um santuário privado, consagrando a uma divindade mas todo este movimento mesmo sendo fechado e que as pessoas só possam entrar se forem aceitas não excluem tais pessoas do mundo nem da sociedade.
2 Mas através do desenvolvimento do direito que se ve surgir o indivíduo no âmbito das instituições públicas. 2 exemplos: o direito criminal e o testamento.

O Sujeito:
* A natureza do homem é diversa, constata Arquíloco; cada um alegra seu coração à sua maneira.
* Safo proclama, Para mim, a mais bela coisa do mundo é aquela de que cada um mais gosta.
Vernant fala da poesia Lírica em que o autor, pelo uso da primeira pessoa, dá ao eu um aspecto particular de confidência, exprimindo a sensibilidade que lhe é própria. Ao fazer das suas emoções pessoas, das suas afectividades do momento, os poetas líricos conferem a esta parte indecisa e secreta que existe em nós e que é o íntimo, a subjetividade pessoal, uma forma verbal exata, uma consistencia mais firme. Aquilo que cada um sente individualmente como emoção no seu foro interior ganha corpo e realidade objetiva.
Vernant fala do aparecimento do tempo. O Sujeito tem, no interior de si mesmo, a experiência deste tempo pessoal sob a forma do desgosto, da nostalgia, da espera, da esperança, do sofrimento, das recordação das alegrias passadas. Na lírica grega, o sujeito sente-se a si mesmo e exprime-se como essa parte do infivíduo sobre o qual não tem domínio, fica desarmado, passivo, impotente e é nele a própria vida, aquele que ele canta: a sua vida.

O Eu:
O eu não é nem delimitado, nem unificado: é um campo aberto de forças múltiplas, essa experiência é orientada para o exterior, não para o interior. O indivíduo procura-se a sí próprio e encontra-se nos outros, nesses espelhos que refletem a sua imagem e que são para eles tanto alter-ego, parentes, filhos, amigos.
* O indíviduo para se apreender olha para outro lado, para o exterior.
* Faço tudo isso e sei que o faço. Mas nunca penso na minha existência através da consciência que tenho dela.
* A minha consciência está sempre agarrada ao exterior, ver determinado objeto, ouvir determinado som, sentir determinada dor.
A propósito do heroio da epopeia:
"Ele não é aos seus próprios olhos mais do que o espelho que os outros lhe apresentam".
Vernant tambêm fala sobre o Penso, logo existo. Dizendo que tal não tem nenhum significado para o grego".

Berbard Groethuysen resume: " A consciencia de si é a apreensão de um ele, não ainda de um eu.

Quero deixar claro que tudo que está escrito até agora foi tirado do livro Indivíduo e Poder e que apos estes pequenos trechos Vernant começa a discutir trechos sobre Platão explendidos e que aconselho vocês lerem, (HEHEHE). Surge a pergunta Como explicar os textos emq ue Platão escreve: O que constitui cada um de nós é apenas a alma [...] ai chegamos que Socrates quando conversa com Alcebiades e tal tal.. São Alma e que apos morrer se juntaram ao além divino que surge com os magos lá atras recusando a idéia de duplo, fantasma sem força, sombra inconsciente desaparecida no Hades. A comcepção platónica de uma alma que é Socrates encontra seu ponto de partida, a sua disposição inicial no exercicios de abandono do corpo, de fuga para fora do mundo, de evasão para o divino, cuja busca salvação através da renuncia à vida terrestre. A Psyche é efetivamente socrates e não o EU de Socrates, não o psicológico, Psyche é em cada um de nós uma entidade impessoal ou suprapessoal, é a alma em mim mais do que minha alma, ela exclui as limitações próprias da existência física e esta psyche é em nos um Daimon, um poder sobrenatural e que ultrapassa nossa pessoa no singular. (tem mais coisas interessantes).
* Para que o homem seja senhor de si mesmo, precisa de controlar a parte que deseja e se apaixona, que os Líricos exaltavam e à qual se entregavam.
* O homem deve encontrar as formas de se dominar a si mesmo tal como convém a um homem livre cujo ideal é não ser, na sociedade, escravo de ninguém, nem dos outros nem de si próprio.
Foucault escreve "Essa atividade dedicada a si mesmo constitui não um exercício da solidão, mas uma verdaderia prática social."

Vernant comenta Peter Brown...

Reflexos por caminhos inexistentes.

Vernant na tese faz uma distinção entre três categorias, indivíduo, sujeito e pessoa. Ele vai pensar estas três categorias:

O Indivíduo: um século antes do nascimento de Cristo a pessoa começou a ver uma prática de determinados homens que se destacavam no campo social, retirante religioso, este homem era Alguém que abandonava o campo social, a cidade e ia para o deserto, cada vez mais para dentro do deserto e eram homens tipos heremitas que acabaram inventando a solidão, e mais, inventaram a solidão em grupo porquê por mais que eles ião ao interior do deserto tinham seguidores. Vão para o meio do deserto ficar sozinhose ali encontravam milagreiros, outros e daqui a pouco uma comunidade, dizem que até a invenção dos mosteiros vem dai, mosteiros é a invenção da solidão em grupo, então o indivíduo para ele é justamente este homem que se destaca do campo social, distanciamento e em função desta prática ele passa a ser biografado, é Alguém que passa a ter uma biografia ele se destaca dos demais, retirante, religioso, um exemplo deste indivíduo para Vernant seria este homem excepcional, que se retira do campo social e que merece ser biografado.
O sujeito: para ele é alguém que é capaz de fazer uma auto-biografia diferente do retirante, o indivíduo é biografado e o sujeito se auto-biografa.
A pessoa: é aquele que possuiria um EU superficial e um EU profundo ou seja na categoria de pessoa surge um interior, ele não pode ser biografado mas tem a capacidade de se auto-conhecer, tem um Eu profundo, um Eu da vergonha, Eu superficial e como pessoa vai lhe dar justamente com a pessoa, em determinado momento surje primeiro o homem como individuo que é biografado depois o que se auto-biografa e aquele que se constitui dois eu o eu superficial e o eu profundo, este eu profundo é justamente este eu interior que leva alguém a se confessar a outra pessoa, faz uma prática reflexiva, geralmente aquele que acredita na categoria da confissão, acreditando na salvação e acha que através da confissão... O homem moderno sente-se culpado e se confessa para salvar sua alma então, o que ele confessa?
Até o desejo é culpado... você não pode, transgressor.
O padre quer saber da sacanagem?
- me masturbei em praça publica! Ele goza...
Então a produção... a questão é a seguinte está categoria de pessoa que a gente ja sabe que é alguém que possui um eu-interior, profundo, da vergonha, é algo que emerge do acaso ou ela é produto de práticas políticas? Está é a questão ou seja produtos de determinados tipos de poderes que tem como onbjetivo a produção da pessoa, produzir a pessoa, você tem um campo social, campo do poder e este campo do poder constitui o saber, saber e poder estão juntos. O poder é produtor de saberes, então existe um campo social produtor do saber sobre o indivíduo(pessoa), em determinado momento da história surgiu isto, temos geralmente como compreensão do que é um campo social geralmente quando vamos pensar a questão políticas nos pensamos na questão da dominação do homem, Estados Unidos sobre o mundo por exemplo, uma outra categoria de exploração podemos associar com o marxismo, quando pensamos históricamente pensamos a questão de dominação mais a de exploração: do homem pelo homem, exploração do trabalho pelo capital, são duas práticas diferentes, dominação, estado sobre o outro, práticas de exploração...
A pessoa está relacionada com a investigação sobre a dominação ou sobre a exploração? Está categoria de pessoa que a um eu interiorizado, confissão de salvação da sua alma, ele é um produto de dominação ou de exploração? Bom, ela está relacionada com qual dos dois? Começa a ver que existem campos socias totalmente diversos, variando de lugar para lugar e que está questão da, culpa, remorso, arrependimento isso tudo não é você que produz, estas produções são determinadas para que se sintam culpadas, para se ter o controle, tem que ser mais um rebanho, enquanto você tinha um pastor cuidando do rebanho, controlado... que tipo de poder é este que emerge ao longo da história preocupado em produzir um tipo de sujeito inferiorizado que seria a pessoa? A uma preocupação pela primeira vez em se produzir uma subjetividade, isto que é subjetividade, é um terceira categoria no campo do saber relacionado no campo do poder, geralmente é a critica que o Foucault faz aos não marxistas e marxistas uns pensaram a dominação e outros pensaram a exploração nem os não marxistas foram capazes de pensar a prática de subjetivação e ela que constitui o homem inferiorizado, culpa, remorso, geralmente quando você coloca está questão para o marxista ele responde. Não cara nós pensamos isto sim nós pensamos como ideologia, é ideologia mas o que seria ideologia? Nao é uma questão de ideologia, quer dizer Alguém inves de estar vendo a realidade tal qual ela é, vê está realidade embaçada, você tem que superar a ideologia e ter mais consciência, isso que ele fala, ai você chegaria a verdade, pressupoe de um lado que a verdade e de outro lado você pressupoe a existencia de um sujeito de direito já constituído sobre o qual estas práticas ideológicas vão se exercer, quando você pensa ideológicamente você já passa do pressuposto do indivíduo sobre o sujeito e a pessoa, mas o que foucault diz que não, você nao parte do indivíduo, não parte do sujeito porque não há sujeito, o que há é uma materia virtual que vai ser objetivada de uma maneira ou de outra ou seja a igreja não é uma prática ideologica é uma prática de poder, a familia é uma prática de saber, poder sobre os seus componentes que você constitui como indivíduo, criança, pai, mãe, eleitor, cidadão... não importa, Está constituindo uma prática de poder, políticas, pode ate pensar, Michel Tournier vai falar na cidade festifera, existiria uma maquina de poder, que é está maquina abastrada, maquinas abstratas criariam maquinas concretas o que são? Igreja, familia, convento, hospital são maquinas concretas à servico dessa maquina abastrata e a maquina abastrata é o campo do poder, o modelo da cidade festifera. A história do individuo, a produção de um poder pastoral, não se trata de ideologia quer dizer o sujeito humano nao é nada prévio ele é uma matéria receptáculo, caótica, onde o poder produz o que bem entende, no caso produziu o sujeito do eu-profudno o Foucalt chama este poder de "poder pastoral", a função da igreja no poder pastoral é justamente o de produzir sujeitos inferiorizados, uma funcão políticas e não ideologica, é uma prática de poder muito mais que ideologia, ideologia é fraca para pensar nisto. Se não modificar neste país as práticas de subjetivação não mudara nada, a União Soviética fez a revolução em 1918 acabou mal, feio e ela continua de uma outra forma, nao pela revolução comunista mas pelo modo capitalista, qual a força do capitalismo é a prática da subjetivação, ele subjetiva o tempo inteiro, você cria um tudo, com a televisão, constitui um sujeito, que nao pensa quer saber te ganhar grana, ter sucesso, ser bonito, ter isto, aquilo, subjetividade material, então está chamando atenção para isto não adianta, ser um grande critico das formas de dominação de exploração porquê o que ta em jogo é a subjetivação e você começa a entender o imperio do mal contra o imperio da lei porqeuê o americano subjetivou aquele povo, e é esta merda que é, ao mesmo tempo o Arabe mulçumano subjetivou também, e nós tambem, se acabar com o carnaval aqui, é uma prática de subjetivação, para ser carnavalesco, um país, o poder nao é apenas uma prática de dominação e subjetivação, o poder nao é so aquele que diz não, que pune, o poder é aquele que seduz ,que incentiva aquele que... produção de sujeitos, campo de poder que gera determinados saberes sobre os indivíduos que não existiam, no seculo 19 surge o que se chama a ciência do individuo mas que para que surja tal ciência, o saber, é necessario que exista o indivíduo antes de existir o individuo como você vai.... É uma questão epistemologica, o Aristoteles quando ele quer pensar o real e que para ele o individual, o real é composto de indivíduos nao só de indivíduos-sujeitos mas de coisas, ele tem um problema muito grande porquê o indivíduo é aquele que nos captamos pela nossa sensibilidade, mas quando eu for fazer a ciência, a ciência que é o conhecimento racional, não trabalhamos com indivíduo trabalhamos com objeto geral, conceito, como é que você vai, você tem uma ciência para o Aristoteles é uma ciência classificátoria, toda voltada para os acidentes e o que diz respeito ao sujeito humano não tem ainda uma ciência sobre o indivíduo, pode se dizer que está nascendo ai mas não tem e ela nasce com a prática do exame.
Vivemos em um asilo aberto em uma prisão sem celas, trabalhador controlado sem bater o ponto, preso sem cela.
No egito no SEC IV predominavam os pagões, mas, determinados crentes cristões começaram a surgir, indivíduos retirantes, qual a diferença deste indivíduo do SEC IV para o SEC XVIII. Do SEC IV, ele se produzia como indivíduo, ia para deserto, hoje em dia o indivíduo é produzido pelo poder, pelo saber todos dois são indivíduos, como é que fica a questão da liberdade? na verdade todo sujeito ele é sujeitado, é sujeito e esta sujeito, pode dizer que todo sujeito é sujeitado, porq ue ele é sujeitado a ser sujeito, lutamos pela individuação como se lutassemos pela nossa liberdade e nós estamos lutando pela nossa escravidão quando nos individualizamos, queremos ser livres, individuos, sujeitos, cidadão e ao mesmo tempo somos individuados, sujeitados. Anarquistas avante. fica está questão, práticas de solidão necessárias, no fundo caímos nesta solidão mas pelo menos não é a solidão do mosteiro, é uma solidão compartilhada entre poucos é uma solidão muito solitária, você está só mas não está sozinho, seria a solidão povoada de Deleuze, Nietzsche, Proust, Van Gogh, Kandisky, Paul Klee, Bergson, Lucrecio... De repente você tem a possibilidade de sair desta idiotice, entender talvez estas pequenas questões, fazer uma prática de pensamento e ver que o pensamento só passa na arte, na ciência e na filosofia. Na arte dos perceptos e afetos, na ciência do conceito e na filosofia produtora dos conceitos fora destas três práticas nos estamos na mais profunda miséria humana, no sentido da idiotice, da solidão, da subjetivação, personalização... são estas práticas de poder que nos constituem todo dia entao para o Foucault a liberdade é uma prática diária, alias todo segundo você tem que estar praticando justamente isto, evitando estás subjetivações e privilegiando uma subjetivação espiritual e material você vê isto no cinema de Tarkovski (Espelho, Infância de Ivan, Sacrificio, Solaris...) o tempo passa diferente, os personagens são diferentes, sente-se o estranhamento, é uma ruptura que se chama imagem-ação que mergulha numa imagem-tempo, na verdade o que acontece é que é necessario ter crença, crença na arte, nao é crença de... acreditar na possibilidade de um modo diferente de se relacionar com o mundo... Liberdade nao é livre-arbitrio, isso é fundo teológico, Deus é dotado de uma vontade livre, não é! Você é livre para querer a lei, Deus, balela, isso nao é liberdade, liberdade é mais! Liberdade é efetuação de natureza, ser livre, o que estas maquinas desejantes estão transformando a vida?

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