30 sept. 2008
Manoel de Barros
ela me entrega às suas lesmas.
Não sei se isso é uma repetição de mim ou das
lesmas.
Não sei se isso é uma repetição das paredes ou
de mim.
Estarei incluído nas lesmas ou nas paredes?
Parece que lesma só é uma divulgação de mim.
Penso que dentro de minha casca
não tem um bicho:
Tem um silêncio feroz.
Estico a timidez da minha lesma até gozar na pedra.
Estevamos passear na flores enquanto a lei não vem..
Esta porta é ainda o,
Ainda tem um quarto em L
Os lps estão voando ao lado da cama
Os livros? O poderoso chefão e ficções;
Também kraftwerk e John Lee Hooker...
Chamas isso de nostalgia?
Sua consciência é servidão.......
Cidade calorenta com ventos infinitos.
Tio está ai? Não estamos...
Estevamos! Pega a bola................
vamos bolarizar por ai, ahhhhh leva o Hendrix..
Risoflora não me deixe só............................
Parques floridos de corredores anônimos
Flores que caminham cheirosas pelo ar
Está rolando festival de cinema do rio? 174?
Não venha com generalidades, Foda-se!
Ontem gozaivotas azuis,
lou reed-azul, Picasso-vermelho.
Murilo-Lautreamont-klee.
Betanía os cabelos bagunçados.
Oh me deixa jogar meu amor
jogar todo o meu amor em torno de você
yeah
Meu pai é o goleiro.
28 sept. 2008
Clarice Lispector
O que eu ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.
Não me entendo e ajo como se entendesse.
OS MAIS IMPORTANTES FILMES BRASILEIROS DE TODOS OS TEMPOS
Na opinião de ANA CAROLINA / cineasta /:
Rio, 40 graus (Nelson Pereira dos Santos)
Mar de rosas (Ana Carolina)
Tudo bem (Arnaldo Jabor)
Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos)
O amuleto de Ogum (Nelson Pereira dos Santos)
Deus e o diabo na terra do sol (Glauber Rocha)
A viúva virgem (Rovai)
Nos embalos de Ipanema (Calmon)
Carnaval no fogo (Watson Macedo)
A casa assassinada (Paulo César Saraceni)
Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade)
Como era gostoso o meu francês (Nelson Pereira dos Santos)
Segundo ISMAIL XAVIER / teórico de cinema /:
Deus e o diabo na terra do sol (Glauber Rocha)
Terra em transe (Glauber Rocha)
Di (Glauber Rocha)
O bandido da luz vermelha (Rogério Sganzerla)
O anjo nasceu (Júlio Bressane)
Matou a família e foi ao cinema (Júlio Bressane)
Os fuzis (Ruy Guerra)
Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos)
Os inconfidentes (Joaquim Pedro de Andrade)
Bangue bangue (André Tonacci)
Iracema (Bodansky & Senna)
Eu sou vida, eu não sou morte (Haroldo Marinho Barbosa)
Na opinião de JEAN-CLAUDE BERNARDET / teórico e crítico de cinerma /:
Di (Glauber Rocha)
Terra em transe (Glauber Rocha)
Triste trópico (Arthur Omar)
O anjo nasceu (Júlio Bressane)
O bandido da luz vermelha (Rogério Sganzerla)
Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos)
Eu sou a vida, não sou a morte (Haroldo Barbosa)
Orgia ou O homem que deu cria (João Silvério Trevisan)
A pedra da riqueza (Vladimir Carvalho)
Cultura e loucura (Antônio Manuel)
Lavrador (Paulo Rufino)
Telejornal (Oswaldo Caldeira)
Segundo a opinião de WALTER CARVALHO / fotógrafo e documentarista /:
Rio, 40 graus (Nelson Pereira dos Santos)
Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos)
Deus e o diabo na terra do sol (Glauber Rocha)
Os fuzis (Ruy Guerra)
O caso dos irmãos Naves (Luís Sérgio Person)
Menino de engenho (Walter Lima Jr.)
Opinião pública (Arnaldo Jabor)
O país de São Saruê (Vladimir Carvalho)
Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade)
Aruanda (Linduarte Noronha)
Viramundo (Geraldo Sarno)
A pedra da riqueza (Vladimir Carvalho)
Antonin Artaud
O seres
não saem
para o dia exterior
só têm a força
de resplandecer
na noite subterrânea
onde se fazem.
Mas desde eternidades
passam
o seu tempo
e o tempo
a fazer-se
e nem um só chegou
assim
a manifestar-se.
Vai ser preciso esperar que
a mão do Homem
os prenda e consuma
porque só
o Homem
inato e predestinado
tem
esta temível
e
inefável
capacidade:
Fazer o corpo humano sair
para a luz da natureza
mergulhá-lo vivo
no clarão da natureza
onde o sol acabará enfim
por desposá-lo.
Antonin Artaud
Mario de Sá-Carneiro
A Queda - Dispersos
Eu que sou o rei de toda esta incoerência,
Eu próprio turbilhão, anseio por fixá-la
E giro até partir… Mas tudo me resvala
Em bruma e sonolência,
Se acaso em minhas mãos fica um pedaço de ouro,
Volve-se logo falso… ao longe o arremesso…
Eu morro de desdém em frente dum tesouro,
Morro à míngua, de excesso.
Alteio-me na côr à força de quebranto,
Estendo os braços de alma — e nem um espasmo venço!…
Peneiro-me na sombra — em nada me condenso…
Agonias de luz eu vibro ainda entanto.
Não me pude vencer, mas posso-me esmagar,
— Vencer às vezes é o mesmo que tombar —
E como inda sou luz, num grande retrocesso,
Em raivas ideais ascendo até ao fim:
Olho do alto o gêlo, ao gêlo me arremesso…
* * *
Tombei…
E fico só esmagado sobre mim!…
Júlio Cortázar
Não, de mãos atadas a uma consciência que é o tempo,
não nos movemos do terror e da delícia,
e seus carrascos delicadamente nos arrancam as pálpebras
para deixar-nos ver sem trégua como crescem as plantas da
varanda,
como correm as nuvens ao futuro.
Que quer dizer isto? Nada, uma taça de chá.
Não há drama no murmúrio, e você é a silhueta de papel
que as tesouras vão salvando do informe: oh vaidade de
crer
que se nasce ou se morre,
quando o único real é o oco que fica no papel […].
A uma muilher