Robinson na Speranza Bergmaniaca

Djavulens Oga: O olho do Diabo 1960

Diabo: Dói demais?

Don Juan:
Se lhe agrada, estou sofrendo.
Mas não sucumbirei e não reclamo.

Acho que seu castigo é insensato.
Você e o lá de cima.

E eu lhe desprezo.

Nunca, em toda a eternidade,
Don Juan irá se render.

Mesmo se jogar sobre mim
horrores piores...

do que aqueles que
estão me devorando agora...

continuarei a ser Don Juan.
Aquele que despreza Deus e o Diabo.

Permito-me cuspir no seu pé.

Boa noite, senhor. Desejo ao
senhor e ao lá de cima...

sucesso em suas pequenas e
mesquinhas incumbências.

Servo:
-Deixe Don Juan dormir.
-Com ou sem sonhos?

Diabo:
-Com sonhos, é claro.

Servo:
-E com o que o deixaremos sonhar?

Diabo:
Com o paraíso terrestre.
E acima de tudo com o amor.

Servo:
Isso não é cruel demais, Sua Alteza?

Diabo:
Nenhum castigo é duro o bastante
para quem ama...

...e teimava em que eu fizesse O olho do diabo. história que eu abominava... (Imagens)

"The cinema is not a craft. It is an art. It does not mean team-work. One is always alone; on the set as before the blank page. And for Bergman, to be alone means to ask questions. And to make films means to answer them. Nothing could be more classically romantic."

Jean-Luc Godard, "Bergmanorama,"
Cahiers du cinéma (July 1958)