A Palavra
Na febre de somDo sopro
A treva é flama-fala.
Lá, fugindo da laringite,
A terra exala.
Expiram
As almas
Das palavras não compostas.
Deposita-se a crosta
Dos mundos que nos portam.
Sobre o mundo formado
Paira a profundidade
Das palavras proferProfundamente ora
A palavra das palavras. Sarça viva.
E do futuro
Paraíso
Alça-se a serra adunca
Por onde em chamas, consumindo,
Não passarei: nunca
Andréi Biéli (Rússia 1880-1934)
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