(Portanto que ninguém se perturbe quando
eu pareço só e não estou só;
não deixo de ter companhia e falo por todos.
Alguém me ouve sem saber,
mas aqueles que eu canto, aqueles que sabem,
continuam nascendo e transbordarão o mundo.)
***
Amanhã amanhã amanhã amanhã
Rasteja em passo parco dia a dia
Até a última sílaba do Tempo.
E os ontens, todos, só nos alumiam
O fim no pó. Apaga, apaga, vela
Breve!
A vida é só uma sombra móvel.
Pobre ator
Que freme e treme o seu papel no palco
E logo sai de cena. Um conto tonto
Dito por um idiota — som e fúria, signi-
Ficando nada.
***
Fosse eu (que por acaso levo o nome
Da rara e prodigiosa espécie: o Homem)
Livre para escolher meu próprio curso,
A carne certa e o sangue natural,
Queria ser Macaco, Cão ou Urso,
Tudo menos o fútil Animal,
Tão orgulhoso de ser Racional.
***
31 juil. 2008
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