31 juil. 2008

Cinema

Krzysztof Kieslowski

Para falar a verdade, no meu trabalho, amor está sempre em oposição a tudo. Ele cria dilemas. Traz o sofrimento. Não podemos viver com isso, mas também não podemos viver sem. Raramente se encontrará um final feliz.


Akira Kurosawa

Cineastas, ou pessoas que criam coisas, são muito gananciosos e nunca podem estar satisfeitos. E é por isso que continuam trabalhando. Eu tenho trabalhado por tanto tento porque acho que da próxima vez vou conseguir fazer alguma coisa boa.


Federico Fellini

Se quisermos compreender alguma coisa, precisamos nos dedicar ao silêncio.


Tarkovsky


O Espelho (trecho)

- O quê?
- Tudo depende só dele.
- Tudo isto por causa de uma inflamação?
- Inflamação?
- É um caso normal.
- Normal?
- Morreu a mãe, a mulher, o filho... Mais uns dias, e o marido falece. Ainda que com saúde.
- Mas não morreu ninguém.
- E a memória? E os remorsos?
- Qual memória? Ele não tem culpa.
- Mas acha que tem.
- Deixem-me em paz!
- Disse alguma coisa?
- Deixem-me em paz! Eu só quis ser feliz.
- E o que acontecerá com sua mãe, se você não se levantar?
- Tudo será...
***

Meu Deus! Por que nós sempre fazemos ao contrário? Sempre.
Sempre amei um homem... e casei com outro.
Acho que entendi, agora. Não queremos depender de ninguém.
Quando duas pessoas se amam, é diferente.
Um é forte e o outro é fraco.
E sempre o mais fraco é quem ama mais... Sem restrição.
Agora parece que acordei de um sonho... como depois de uma vida.
Por alguma razão, sempre resisti. Sempre lutei contra algo. Sempre me defendi, como se eu tivesse... alguém dentro de mim me dizendo:
"Não ceda... não concorde com nada... ou morrerás".
Sim, entendi, mas um pouco tarde.
Oh, Deus! Como somos tolos!


Tarkovsky

1 commentaire:

romulo de almeida portella a dit…

AH grande Fellini. Gosto de tudo que ele diz. Uma vez disse que o mundo não tinha mais aeroportos para seus aviões.

Geralmente tenho medo de frases definitivas

mas sei que quem veio de uma cidadezinha e numa metrópole romana trabalhou como caricaturista

sei que quem começou tão próximo ao neo-realismo
e evoluiu para uma fantasia única que chegou perto do documentário ( ver La Dolce Vita, ROMA, Os Palhaços...) com uma auto-confiança ousada mesmo que às vezes em crise ...

...e retorna à criação através de um assovio, de uma banda como em OTTO MEZZO ( com todo direito à Wagner) é alguém tão fascinante...

...alguém que diz numa entrevista que na verdade no final de La Dolce Vita ele queria era dizer para seus personagens que ele estava ali e nunca os esqueceriam e voltaria a encontrá-los saudoso e feliz...