AUSÊNCIA
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço e invento exclamações alegres,
Porque a ausência, essa ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
16 oct. 2008
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2 commentaires:
bem de quem consegue isso :)
esse poema ele escreve pra ana cristina, sabias?
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